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  • Writer's pictureIsabela Camargos

Os efeitos que o período eleitoral impõe sobre os direitos humanos do brasileiro

O Brasil se encontra em um cenário de bipolarização política e ideológica, uma sociedade dividida em dois extremos. O período eleitoral de 2022 tem realçado tais diferenças como nunca, levando para o segundo turno dois candidatos que se opõem diametralmente. Embora caiba a cada cidadão tomar a própria decisão entre si e a urna, o período eleitoral colocou à mostra a intolerância da sociedade brasileira com a opinião política do outro e a imensa falta de respeito que ela causa. São diversos os casos de violência “justificados” pela divergência de pensamento no contexto atual.


No dia 9 de setembro, um homem que possuía diversos adesivos de cunho político em seu carro dirigia pelo Rio de Janeiro quando foi parado por um grupo e agredido, sofrendo graves ferimentos na cabeça. No dia 27 do mesmo mês, uma mulher grávida que distribuía panfletos de propaganda política em São Gonçalo foi atacada, empurrada em direção à rua e atingida por um caminhão reboque. Um de seus agressores gritava “aqui é guerra”. O problema se forma porque “aqui” não deveria ser guerra, deveria ser democracia e livre expressão; o fanatismo político cega o eleitor frente aos direitos do outro. Dentre os dois exemplos citados, um votante de cada candidato foi violentado.


A adversidade não vem do ideal político de cada um, e sim do radicalismo através do qual ele é defendido: é a inflexibilidade frente a outros pontos de vista que resulta, muitas vezes, na violência. Com a falta de respeito em ascendência, o Ministério Público do Trabalho divulgou que as eleições deste ano já bateram o recorde de denúncias de assédio eleitoral no ambiente laboral. Instituições de ensino também têm funcionado como palco para inúmeras campanhas eleitorais e por mais que fora da legalidade, candidatos têm usado escolas como veículos para fins partidários.

Nos tempos atuais, política se confunde com fanatismo, discutida em qualquer ambiente e aplicada em qualquer tópico. A opção de candidato de cada um aparentemente se tornou um traço de personalidade, ao contrário de uma obrigação cidadã. O período eleitoral marca o tom dos quatro, talvez oito anos por vir; o país deveria estar unido em fortalecimento e não afastado em desprezo. A divisão do Brasil nessas proporções terá consequências nefastas, dificultando a criação do necessário sentimento de pertencimento e nacionalismo nas gerações futuras.


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